Meu predileto poeta, Drumond, brinca com o título ironizando as muitas razões que normalmente temos para amar. Esse poema é um dos meus favoritos.
As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
3 comentários:
Também considero meu poeta favorito. Adoto ler Drummond. Também adoro o Quintana; sexta passei dois poeminhas do Quintana para meus alunos pequenos, eles gostaram.
A vida é assim mesmo, tem horas que meninos e meninas aprendem que poesia não morde.
ótimo final de semana.
Drummond é algo fenomenal... Recentemente comecei a ler mais. Incrível! E lindo lindo esse poema!
Sem mais.
Quintana é ótimo. Faça uma postagem com ele, é sempre bom também! :D
Beijão, Pati, e desculpa pela ausência aqui no blog.
Semana passada passei aos meus alunos O amor antigo, do Drummond. Eles gostaram.
O que eu quero é que eles não tenham medo de poesia. Espero conseguir...
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