Até fazer uma disciplina chamada Lingüística, eu não sabia o que era preconceito lingüístico. Agora eu sei. E por saber, já não acho tão engraçadas essas placas escritas de maneira inadequadas. Antigamente eu ria muito quando recebia algum e-mail sobre isso. Agora já não tanto, porque entendi que rir de quem escreve assim é o mesmo que rir de quem vive na rua e, portanto às vezes anda com suas roupas rasgadas. Ninguém ri de quem anda com um sapato furado, pois entende que aquela pessoa tem dificuldades financeiras ou é desprivilegiada socialmente. Bem, sendo assim, não devíamos rir também de quem escreve trocando letras ou cometendo outro tipo de “erro”. Na verdade, a forma de escrever e falar estão diretamente relacionadas com o nível social do indivíduo. Ou seja, se uma criança foi criada na rua, teve pouca oportunidade de estar na escola, obviamente que terá dificuldades em se expressar, em escrever. Dificilmente se apropriará de uma língua formal, afinal onde ela teria tido oportunidade de conhecê-la?
Apesar dos “erros” a mensagem foi passada, houve uma comunicação.
Para quem tiver maior interesse no assunto recomendo o livro “Preconceito lingüístico” do Marcos Bagno, tem uma linguagem bem acessível e é bastante esclarecedor.
Patrícia Castro
Apesar dos “erros” a mensagem foi passada, houve uma comunicação.
Para quem tiver maior interesse no assunto recomendo o livro “Preconceito lingüístico” do Marcos Bagno, tem uma linguagem bem acessível e é bastante esclarecedor.
Patrícia Castro
Um comentário:
Excelente texto!!!
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